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quarta-feira, 16 de abril de 2014

SEMINARISTA DA ARQUIDIOCESE DE NATAL ESTUDA E FAZ MISSÃO EM RONDONIA


Natural de São Gonçalo do Amarante (RN), Andreson Madson do Nascimento, aluno do segundo ano de Teologia, do Seminário de São Pedro, decidiu, no final de 2012, deixar a terra natal e fazer uma experiência missionária na Amazônia. O local escolhido foi a Arquidiocese de Porto Velho (RO). Hoje, com 30 anos de idade, o seminarista e estudante de Teologia, afirma que é feliz e que valeu a pena este quase um ano e meio de experiência, já vivido em terras rondonienses.
 
Ândreson explica que a vocação dele nasceu durante as Santas Missões Populares, que aconteceram nas paróquias, em preparação para o centenário de criação da Diocese de Natal, comemorado em 2009. “Como vim de um processo vocacional, surgido no período das Santas Missões, chegou um momento, durante o Curso de Teologia, que me senti estimulado a fazer essa experiência missionária. Porém, tudo foi impulsionado quando, em um encontro, no Seminário, o nosso Arcebispo, Dom Jaime Vieira, disse que se algum seminarista tivesse o desejo de fazer uma experiência de estudo e missão, na Região Amazônica, ele daria todo apoio”, recorda. Ândreson também lembra que após tomar a decisão, em comum acordo com o reitor do Seminário, foi iniciada a busca do lugar onde faria a experiência. Pelos meados do ano de 2012, foram iniciados os contatos com o arcebispo de Porto Velho, Dom Esmeraldo Barreto. Em dezembro daquele ano, a Arquidiocese da capital rondoniense promoveu a primeira experiência missionária, com seminaristas e leigos de outros estados. Ândresson participou e decidiu que, já no ano seguinte, passaria a estudar Teologia no Seminário Maior João XXIII, da Arquidiocese de Porto Velho. “Por que não estudar Teologia, em lugar específico de missão, como é a Amazônia?”, diz o seminarista potiguar.
 
Missão em Rondônia
 
Para Ândreson Madson, o que mais chamou a atenção dele, neste mais de um ano de experiência missionária na Arquidiocese de Porto Velho, é a formação do povo. “Aqui, temos muitas pessoas que vieram de outros estados, mas temos pessoas nativas, como os ribeirinhos (que moram nas proximidades dos rios), e povos indígenas, de cultura tradicional amazônica”, explica. De acordo com o seminarista, naturalmente a Igreja enfatiza o protagonismo dos leigos. “É uma igreja que se organiza a partir de seus membros e faz com que eles tenham papel importante na dinâmica da comunidade. Quando nós, seminaristas, saímos em missão percorrendo as paróquias do interior, percebemos que as pessoas, quando chegam de outros lugares e começam a trabalhar na terra, elas se organizam como Igreja. Aquelas pessoas conseguem tornar uma igreja viva e fortalecida. Isso é uma realidade muito forte, por aqui”, relata.
 
O termo ‘missão’ é tão forte nas terras rondonienses que até o sacerdote é chamado de ‘missionário padre’. “Você já recebe a missão no batismo. Então, todo cristão batizado é chamado a ser missionário. A partir dessa compreensão, não importa se você é padre, leigo ou religiosa. O importante é que, antes de tudo, você seja um missionário. E esta missão você vai desenvolver no estágio de vida para o qual Deus lhe chamou”, explica o reitor do Seminário Maior João XXIII, da Arquidiocese de Porto Velho, Padre Geraldo Siqueira.
 
O Seminário João XXIII atualmente recebe seminaristas de Porto Velho e das Dioceses de Guajará Mirim (RO) e de Humaitá (AM), além de Ândreson Madson, da Arquidiocese de Natal. “Nós temos a clareza de que se a nossa Igreja servir como porta para esses seminaristas, como é o caso de Ândreson, conhecerem a realidade da Amazônia e sentir pulsar, em seu coração, o desejo de se tornar missionário nessa Igreja que tanta necessita, então, porque não abrir as portas para eles? Não importa se ele é de Porto Velho ou de outra diocese. O importante é que ele descubra que Deus chama e aponta para a Amazônia”, diz o reitor, Padre Geraldo Siqueira. Atualmente, o Seminário Maior João XXIII conta com 20 seminaristas.
 
Arquidiocese de Porto Velho
 
Criada como Diocese em 01 de maio de 1925 e elevada à Arquidiocese em 4 de outubro de 1982, é, atualmente, formada por 29 paróquias e uma área territorial de 84.696 km². Segundo o seminarista Ândreson, mesmo contando apenas com 29 paróquias, a Arquidiocese conta com 800 comunidades organizadas, chamadas de ‘comunidades eclesiais’. Para atender aos fi éis, são 62 padres. Apenas 11 pertencem à Arquidiocese, e, destes, somente dois nasceram em Rondônia. Os outros nove foram ordenados em outras dioceses e, depois, se incardinaram na Arquidiocese de Porto Velho. Os demais sacerdotes pertencem a congregações religiosas ou a ‘dioceses irmãs’.
 
“Aqui, as religiosas interagem muito bem com os sacerdotes, no trabalho nas comunidades. Há paróquias que são administradas por religiosas”, explica. Ândreson destaca que o arcebispo, Dom Esmeraldo Barreto, está empenhado em difundir o trabalho vocacional para o sacerdócio. “As pessoas já compreendem que é necessário favorecer o surgimento da vocação local para o sacerdócio”, observa o seminarista.
 
Informações: Jornal a Ordem da Arquidiocese de Natal

Desafios

Passado mais de um ano, vivendo uma experiência missionária nas terras rondonienses, Ândreson diz que o primeiro desafio que encontrou foi tentar dialogar com as pessoas, muitas das quais são oriundas de outros estados, com outros costumes e culturas. “O outro desafio é conciliar os estudos teológicos com o trabalho missionário nas comunidades. Um não deve se sobressair ao outro. E, claro, que quando se está distante da família e das raízes, é natural sentir saudades da terra natal. Embora, entendo que isso tudo é normal e faz parte do despojar-se para a missão”, diz. O retorno de Ândreson Madson para a Arquidiocese de Natal está previsto para o próximo mês de junho, onde deverá concluir o curso de Teologia.

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